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sábado, 1 de junho de 2019

Cafayate


O que fazer em Cafayate?

De repente a terra começa a tremer, blocos imensos de rocha são dobrados como se fosse borracha, outros se quebram e outros ainda mudam de direção, minerais de várias cores se misturam, e tudo isso acontece como o resultado do movimento de placas tectônicas que se deslocam em direções opostas e se chocam. Eu já vi essa cena em algumas animações dessas que falam sobre dinossauros ou sobre a era do gelo.




A caminho de Cafayate, parece que estamos no meio de tudo isso!


A formação da Cordilheira dos Andes há alguns milhões de anos atrás foi assim, a placa de Nazca chocando-se com a placa sul-americana provocando um enrugamento da crosta e fazendo-a emergir, formando as montanhas de mais de 6 mil metros que vemos hoje. Esse também é o motivo pelo qual se encontra restos de material marinho no alto destas montanhas.




Quando vemos apenas a cordilheira, de longe, não temos a real dimensão das forças que foram necessárias para isso, contudo, no norte da Argentina, as formações montanhosas mostram toda essa movimentação. Deu saudade das aulas de geomorfologia!
Na Quebrada de las Conchas, a impressão é que você está no meio de tudo aquilo, e que a qualquer momento, um bloco da crosta terrestre vai surgir na sua frente..


A quantidade de dobras e rochas que mudam de direção sem mais nem menos, é absurdo, só podíamos ficar imaginando como era aquele lugar há milhões de anos atrás, quando tudo aquilo começou a se formar (sim, começou a milhões de anos, mas a cordilheira ainda está em formação, ainda está crescendo, pois as duas placas tectônicas estão ativas e é por isso que há uma grande quantidade de vulcões ativos por toda a cordilheira); que forças absurdas foram necessárias para que centenas de metros de rocha fossem simplesmente desviadas de seu leito e rompesse a crosta terrestre, chegando à superfície.  Cada camada com uma coloração diferente, com características diferentes... é algo que fica difícil de explicar, o melhor é ver pessoalmente, mas no caso, segue uma mostra do que é aquele lugar.

Dentre tudo aquilo, dois lugares se destacam: o Anfiteatro e a Caverna do Diabo.

A Quebrada de las Conchas é atravessada pela Rota 68, entre Salta e Cafayate e pelo Rio das Conchas e, apesar do deserto aparente, observam-se áreas que parecem oásis verdes nas margens do rio.



Ao final da estrada, chega-se a cidade de Cafayate.



Cafayate faz parte da roda dos vinhos da região. Além da paisagem, uma de suas principais atrações são as inúmeras bodegas e vinícolas abertas à visitação, que ficam muito próximas ao centro da cidade, podendo o turista ir a pé ou de bicicleta, se assim desejar. O cultivo se diferencia de outras áreas devido à altitude local, que agrega características únicas a uva.


Os vinhos produzidos na região são famosos, principalmente o Torrontés, considerado de excelência entre os enólogos, outras variedades são o Bonarda e o Cabernet. Dentre todas as bodegas, visitamos a Vasija Secreta, em atividade desde a primeira metade do século XX. Nela, visita-se o pequeno museu, com um pouco do maquinário utilizado no passado e depois se degusta alguns de seus vinhos, que podem ser comprados na loja.


Ficamos algumas horas na cidade, onde tivemos tempo para almoçar e caminhar até a praça principal, onde experimentamos o sorvete de vinho Torrontés.


Pelas características da cidade, creio que seria muito agradável passar mais alguns dias por ali, há muita vinícola para visitar e lugares para conhecer.

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