Nesse
tour, saímos por volta das nove da manhã, em direção aos lagos Escondido e Fagnano. Ambos os lagos são fabulosos, com vistas de tirar o
fôlego.
O
Escondido é possível ver do alto da
rodovia e em seguida das margens, onde fizemos uma paradinha para café.
O
Fagnano, um dos maiores da região,
tem um visual incrível. Para chegar até ele, saímos da estrada normal e pegamos
uma trilha que fez jus ao 4x4 dos carros. Não é qualquer 4x4 que passa por
aquela estrada! Mas no final, saímos no lago, onde paramos um pouco para
admirar a paisagem.
De
volta a estrada, chegamos novamente às margens do lago, onde pudemos fazer uma
caminhada de uns 15 minutos em suas margens, até chegar ao chalé onde faríamos
a refeição. Aqui, nesse lugar, a paisagem mais linda que eu já vi, acho que
ainda vou conhecer muitos lugares lindos no mundo, mas este aqui, por enquanto está
em primeiro lugar; a mistura de lago com montanhas nevadas, frio e o silêncio
cria um ambiente inesquecível.
O
almoço foi excelente, uma entrada de queijos e vinho, um lanche caprichado de
linguiça e um considerável bife de chorizo com salada. Uma delícia! Para
fechar, café com brownie de chocolate.
Durante
todo o percurso passamos por várias castoreiras (barragens feitas de troncos e
galhos de árvores construídas por castores). Os castores são um grande problema
para o ambiente de Ushuaia. No
início do século 20, foram trazidos pelos militares argentinos, por volta de 25
casais de castores canadenses. Como o clima dos dois locais são parecidos, o
objetivo seria a criação desses animais para uso da pele. Mas, a lógica humana
não funciona com a natureza e ela toma o rumo que lhe convém. Os castores se
adaptaram ao clima um pouco mais ameno de Ushuaia,
e começaram a desenvolver pelagens mais finas e ásperas, inviáveis para uso. Os
castores que no início eram 50, hoje são mais de 200 mil.
Como não tem
predadores, encontraram o ambiente perfeito para viver. Há registro de castores
de mais de 30 quilos, e algumas décadas de idade, pois não correm perigo. Para
o ambiente local, a presença desses animais gerou um grande desequilíbrio, pois
eles vão represando pequenos rios e braços de lagos, alagando áreas e matando
as árvores, não adaptadas à ambientes alagados; quando o bosque morre, os
castores se mudam, procurando novo local para construir suas casas. Ao
contrário dos bosques canadenses, que se recuperam rapidamente, os bosques de Ushuaia podem demorar décadas para se
recuperar. As autoridades ambientais argentinas estão experimentando formas de
contenção da procriação dos castores, mas só vão descobrir se o método está ou
não funcionando, em algumas décadas. Essa é uma mostra de como cada atitude
humana na natureza deve ser bem pensada e calculada, pois o desequilíbrio
gerado é muito difícil de ser remediado.
Voltamos
para o hotel por volta das 17 horas.
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