A Cidade do Panamá é a capital do Panamá, país da América Central, um istmo entre a Colômbia na América do Sul e a Costa Rica na América Central, e é banhado pelo Oceano Pacífico e pelo Mar do Caribe. De colonização espanhola, tornou-se independente da Espanha em 1821. Em 1880 a França começou a construção de um canal que ligasse o mar do Caribe ao Oceano Pacífico. O Panamá era o lugar perfeito para isso, além de ser um país bastante estreito (menos de 100 km de largura), ainda possuía uma rede de lagos que poderiam facilitar a criação de um canal. Essa primeira tentativa francesa fracassou devido às dificuldades encontradas pelos trabalhadores devido ao clima tropical, florestas e doenças tropicais.
Esse projeto ficou conhecido como um dos mais difíceis e grandiosos projetos de engenharia em nível mundial. Esse canal reduziria o tempo de viagem e os custos das embarcações que precisassem ir do oceano Atlântico ao Pacífico, imagina um navio que, saindo de Nova York (EUA) precise ir para o porto de São Francisco (EUA), ele teria que dar a volta, passando pelas águas agitadas e perigosas águas do extremo sul da América do Sul, com o canal no Panamá, ele cortaria boa parte do caminho.
Os EUA assumiram a construção do canal em 1904, sendo que o mesmo entrou em atividade em 1914. Após a construção, os EUA administraram o canal até 1999, quando o mesmo passou a ser administrado pelo Panamá. Hoje ele é uma grande fonte de renda para o país. O canal passou por ampliações e desde 2016, novas comportas maiores e mais eficientes estão em atividade, adaptando o canal às modernas e cada vez maiores embarcações do comércio marítimo mundial. O Canal do Panamá foi classificado pela Sociedade Estadunidense de Engenheiros como uma das maravilhas do mundo moderno.
O canal possui 82 km de extensão, dois grupos de eclusas próximas ao Pacífico e um grupo próximo ao Mar do Caribe. Um navio demora em torno de 20 horas para cruzar o canal e passar pelas eclusas.
Além do canal, há outras atrações na Cidade do Panamá como as compras e a história do país.
Fomos para o Panamá num feriado prolongado de 6 dias (aquele maravilhoso que emenda 15 de novembro na quinta feira até 20 de novembro na terça feira, essa feliz coincidência acontece de vez em quando). Chegamos lá na tarde da quinta feira e voltamos na tarde da segunda feira, o que nos rendeu 3 dias inteiros para curtir o lugar. A hospedagem na Cidade do Panamá não é muito barata, ficamos hospedados no Hotel De Ville, prédio antigo, quartos grandes, mas poucos serviços, porém muito bem localizado, próximo shoppings e da estação de metrô Iglesia del Carmen.
O metrô da Cidade do Panamá é relativamente novo, ainda possui poucas estações, mas é muito eficiente. Fizemos muitas coisas utilizando esse meio de transporte.
A principal moeda corrente no Panamá é o dólar, os preços e todo o comércio por lá é nessa moeda, somente trocos inferiores a um dólar é dado na moeda local, ou seja, prepare o bolso.
O que fazer na Cidade do Panamá em três dias?
1º dia: Casco Viejo e Canal do Panamá
Nos últimos anos, o Panamá vem revigorando seus monumentos históricos com o intuito de oferecer mais opções para os turistas.
O Casco Viejo ou Casco Antiguo, é o centro histórico da Cidade, foi restaurado há pouco tempo e é um excelente local para visitar, e, além da beleza arquitetônica, é possível também observar aves marinhas e o litoral.
Chegamos lá pela manhã, a partir da estação de metrô 5 de Mayo, de onde caminhamos até a “entrada” do centro histórico. Para ser sincera, não recomendo ir a pé, apesar de pertinho, não é um lugar muito agradável para caminhar, principalmente se estiver sozinha, recomendo um táxi ou uber.
Começamos a visita pela Plaza Bolívar e a bela Igreja de São Francisco, Demos a volta na igreja até chegarmos ao litoral, uma bela vista do skyline da moderna Cidade do Panamá. Guias locais certificados ficam a disposição e se você tiver uns minutos para conversar com eles, vai receber uma pequena aula de história panamenha.
Continuamos caminhando e passamos por várias lojas e bancas de artesanato. Fizemos a volta na Plaza de Francia até a embaixada da França. Desse ponto é possível tirar boas fotos de aves marinhas e do Biomuseu (não visitamos esse museu pois consideramos um pouco caro e não fazia parte dos nossos interesses na cidade, mas por tudo que li, parece ser um lugar interessante; fica um pouco fora de mão para fazer a pé; o prédio que é muito bonito foi projetado pelo famoso arquiteto Frank Gehry e é voltado para a biodiversidade do planeta e do país).
Continuamos nossa caminhada pelas ruas do Casco Antiguo, onde vários restaurantes e cafés podem proporcionar uma parada gostosa para um lanchinho.
No meio do caminho, há ruinas que não foram restauradas, como uma mostra do que era o lugar. É um passeio muito gostoso e bastante tranquilo de fazer.
O taxista até tenta falar que pode ficar te esperando, que você não encontrará taxi para voltar, mas não caia nessa, fique o tempo que quiser por lá, não fique preso a um compromisso. Na saída há inúmeros taxis esperando por turistas para voltar até a cidade.
Compramos os ingressos (US$ 20 para adultos não residentes). O centro de visitantes de Miraflores além do terraço de observação tem uma sala de exibição e um museu bem legal (incluídos no ingresso), um restaurante charmoso com boa comida e vista para a eclusa e uma loja de lembranças.
Começam os a visita pelo terraço de observação. É engraçado, o taxista nos disse que devíamos correr, porque tinha um navio passando e isso era uma sorte! Mas, durante o tempo que ficamos lá observando, passaram uns tantos navios, um atrás do outro e nos dois sentidos do canal, então, não precisa sair correndo, com certeza você vai ver um navio fazendo todo o trajeto da eclusa.
Depois de um tempo observando o movimento dos navios e o trabalho de apoio da eclusa, fomos almoçar no Restaurante Atlantic & Pacific Co. com refeição self-service e preço fixo (sem bebidas).
Saímos e fomos para a exibição de um filme curto sobre a construção do canal, ao final, entramos no museu, com várias fotos, equipamentos, maquetes e animais nativos, mostrando toda a dificuldade que os empreiteiros encontraram. Nota-se realmente o tamanho da obra.
Passamos lá uma tarde inteira e foi tudo muito agradável.
Esse era nosso principal objetivo ao visitar o Panamá e, por mais piegas que possa parecer, foi muito legal ver todo o funcionamento de uma eclusa daquele tamanho, o trabalho dos técnicos, o enchimento e esvaziamento de água do canal. É um lugar incrível para testemunhar a capacidade humana de “domar” o ambiente e, neste caso, melhor não pensar muito nos prejuízos socioambientais que uma obra desse porte possa ter causado. Em alguns lugares até dá certo, em outros, nem tanto.
https://visitcanaldepanama.com/centro-de-visitantes-de-miraflores/
2º dia: Panamá Viejo e Shopping Multiplaza
O sítio histórico de Panamá Viejo são ruinas do primeiro povoamento existente na região.
Achávamos que seriam apenas umas ruinas mal cuidadas, mas mesmo assim fomos. Que surpresa agradável!
O lugar é super bem estruturado, bem cuidado e enorme, tem até um transporte para te levar da portaria até o museu e as ruinas.
Compramos os ingressos (US$ 15 para adultos não residentes) e fomos de transporte local até o Museo de la Plaza Mayor que fica na antiga Plaza Mayor do povoado. O museu comporta toda a história local, com peças antigas, achados arqueológicos, uma maquete do que seria a região à época do povoamento. Esse povoado passou por invasões de piratas, incêndios e ocupações e sempre foi reconquistado ou reconstruído pelos moradores e administração local até ser abandonado após o ataque do pirata inglês Henry Morgan em 167, quando as principais atividades da cidade foram transferidas então para a região que hoje conhecemos como Casco Antiguo.
Saindo do museu você pode visitar as ruinas da torre da catedral, onde você pode subir e ter uma visão panorâmica de todo o sítio, das casas, dos conventos, você pode entrar nas construções, andar pelo calçamento original.
(http://www.patronatopanamaviejo.org/ppv2014/es/el-sitio-arqueologico/los-monumentos/mapa-de-monumentos)
Voltamos andando para a saída, para observar outras ruinas. Logo na saída, há um Centro de Artesanato panamenho muito interessante.
Daqui, pegamos um uber e fomos ao shopping Multiplaza.
Esse shopping não é muito bom para compras, possui lojas de marca e os preços (em dólares), não são bons. Vale a visita, o passeio e é um bom local para refeições.
Nós aproveitamos a estadia aqui no Panamá também para matar a saudade de um restaurante que conhecemos na Colômbia, o Crepes & Waffles, que serve uma deliciosa variedade de crepes e uma maravilhosa limonada de coco. Há vários endereços, nós fomos a uma loja de rua, próximo ao hotel e na loja que fica nesse shopping. Recomendamos.
3º dia: Caminhando pela Cinta Costeira e Albrook Mall
A Cinta Costeira é um calçadão com jardins, pistas para caminhadas e para ciclistas que margeia o litoral do Pacífico, numa extensão de aproximadamente 4,5 km, desde o Parque Plaza de la Democracia, próximo ao shopping Multicentro, até o Casco Antiguo. No domingo, a via Interamericana é fechada em algumas faixas para uso de ciclistas e pedestres.
Caminhamos por quase toda a extensão e ao final pegamos um taxi até o Albrook Mall, o maior shopping da cidade, esse sim, conhecido por ser muito bom para compras, com lojas mais populares e lojas tax free para todos os gostos. Esse shopping fica junto a estação de metrô Albrook, então fica fácil de chegar até ele. É tão grande que é possível passar quase o dia todo andando por ali.
Três dias são suficientes para cobrir o básico da Cidade do Panamá, tendo a possibilidade de mais alguns dias, é possível visitar algumas praias e algumas zonas livres (free shop) para compras. Há também os casinos, muito badalados pela cidade.
Com o última dica, lembre-se que o Panamá é um lugar bem quente e úmido, não esqueça de trazer roupas leves, bonés e muito protetor solar.
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