Salta
Fundada em 1582, com o objetivo de criar uma rota entre Lima e Buenos Aires, a cidade de Salta (capital da província de mesmo nome) fica no noroeste da Argentina, a 1187 m de altitude.
A cidade ainda mantém características da arquitetura hispânica, com casarões baixos e ruas estreitas, principalmente na região da Plaza 9 de Júlio.
A cidade de Salta e região além da influência hispânica tem também uma grande influência dos povos andinos. Por toda a região, veem-se essas características, seja nas vestimentas, na bandeira aiamara (onipresente nas lojas de artesanato tradicionais), na alimentação, na língua (Humauaca, Purmamarca entre outros nomes de vilarejos), no artesanato.
Passamos uma semana hospedados em Salta, de onde saíamos todas as manhãs para conhecer toda a região.
Ficamos no Hotel Luxor (esse ai ao lado), na Calle Alvarado, muito próximo à Plaza 9 de Júlio, e perto das principais atrações da cidade, foi possível visitar quase tudo a pé.
O Hotel tinha quartos grandes, possuía restaurante e o café da manhã era simples, tipo continental, servido a partir das 6:30, contudo, se chegasse mais cedo, já era possível se servir (fizemos isso todo dia, porque os passeios partiam muito cedo).
No geral, levando-se em conta o quarto, café da manhã e, principalmente localização, consideramos um bom custo benefício se hospedar no Luxor.
Compramos 4 passeios em uma agência próxima ao hotel, depois de uma pesquisa de preços.
O passeio do Trem a las nubes, reservamos pelo site oficial, antes de viajarmos, pois há limitações de dias disponíveis e precisávamos garantir nossa passagem.
Salta é uma das províncias argentinas onde é permitido o consumo e o comércio de folha de coca e de produtos derivados, como a farinha da folha de coca, chá e balas porque a região fica próxima a Cordilheira dos Andes e pode chegar a altitudes muito elevadas, de mais de 4 mil metros. O uso desses produtos auxilia na oxigenação das células, reduzindo os efeitos da altitude no corpo humano, como fadiga, falta de ar e dores de cabeça.
Os nativos a consomem há séculos, para nós turistas, pode parecer estranho, mas a folha de coca é só uma folha que se parece inclusive com a folha de louro, nada tem a ver com o entorpecente fabricado a partir dela e realmente dá um alívio nos sintomas do “mal de altitude”. Durante a viagem, nos passeios aonde atingimos as maiores altitudes, os guias forneciam folhas, caso quiséssemos e nas lojas e restaurantes era possível comprar balas de coca ou tomar o chá.
Lembramos que não é permitida a entrada no Brasil com qualquer produto derivado da planta de coca, então, por mais curioso que possa parecer, é melhor não arriscar a ter qualquer problema na chegada ao país, né?
A região de Salta também é conhecida pela viticultura. Há várias bodegas e vinícolas abertas à visitação, principalmente na região de Cafayate. É quase impossível uma refeição sem o acompanhamento de uma bela taça de vinho. Dentre as principais uvas vinícolas da região encontra-se a Torrontés, que produz um vinho branco frutado delicioso. Ao contrário de quando viajamos para Mendoza, não achamos os vinhos caros nos mercados e outros lugares que visitamos e por isso trouxemos várias garrafas de Torrontés, Malbec e Bonarda.
Quando resolvemos conhecer essa região, fizemos uma boa pesquisa prévia para descobrir todos os pontos de interesse e vimos fotos e imagens belíssimas. Descobrimos que além de vinho, a cultura local e as paisagens seriam de encher os olhos. Contudo nada, absolutamente nada nos preparou para o que vimos ali, ao vivo, toda a grandiosidade daquelas montanhas, a dramaticidade das dobras e falhas, resultado das atividades tectônicas formadoras da Cordilheira dos Andes... Aquelas cores que mais pareciam pintadas por artistas. Em lugares desse tipo, reconhecemos nossa insignificância e eu só podia imaginar o poder das forças internas do planeta que forjaram tudo aquilo, todo aquele cenário. Com certeza, uma das regiões mais bonitas que já estivemos, e eu adoraria poder voltar algum dia.
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