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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Ushuaia - o fim do mundo!


Capital da Província da Terra do Fogo, Ushuaia é a cidade mais ao sul do planeta, o “fim do mundo” como os habitantes a chamam. Possui mais de 80 mil habitantes.

A primeira vista, Ushuaia me surpreendeu de certa forma negativamente, imaginava uma cidade mais pitoresca, com casinhas mais rústicas, estilo alpino. Mas, para minha surpresa, é uma cidade grande, com prédios comerciais, porto, construções modernas. Precisei de umas horas e um passeio pelas ruas da cidade pra entender e gostar muito dela.





As vistas são magníficas! Ao contrário de El Calafate, onde as montanhas estão distantes do centro, em Ushuaia, parece que você pode tocar a montanha, você abre a janela do quarto e vê uma montanha nevada logo ali, é uma visão que não tem preço. Ao redor da cidade estão algumas das mais lindas paisagens que já tive a oportunidade de ver.


Ônibus do circuito turístico
A palavra Ushuaia tem origem na língua dos Yámanas (povo que habitava a região antes da colonização) e significa Baía Funda.

O povo Yámana, que habitavam essas ilhas, viviam da pesca e da coleta de algas. Não tinhas residência fixa, viviam em embarcações e paravam nas ilhas para se alimentar e aquecer. Não usavam roupas para não ficarem com o corpo molhado. Há apenas uma Yámana pura (filha de pai e mãe Yámana) viva nos dias de hoje, ela tem 80 anos e vive no Chile. Infelizmente é uma cultura que está acabando.


Os Yámanas. Fotos tiradas de um álbum particular.
A cidade foi fundada no século XIX, mas seu desenvolvimento maior teve início com a construção do Presídio, que funcionou entre 1902 e 1947. Para lá iam os presos considerados mais perigosos para realizar trabalhos na região, como a construção da ferrovia do fim do mundo. Hoje, o prédio do presídio é um complexo de museus que abriga o museu do presídio, um museu da marinha e museu de arte. 


O prédio foi construído seguindo o estilo panopticon, com uma área central circular onde ficavam os guardas e de onde podiam ver e ter acesso fácil às celas, que ficavam em corredores que saíam desta parte central e de onde os presos não poderiam vê-los. Esse estilo arquitetônico foi concebido no século XVIII por um filosofo e jurista inglês, como sendo a forma ideal para construção de presídios, escolas e até hospitais.

Uma cela


Andando pela cidade numa sexta-feira ensolarada, vimos que as pessoas aproveitam ao máximo o calor do sol, todos nas praças, com as crianças, aproveitando o belo dia.

Rua principal, com comércio e restaurantes




A Centolla é um crustáceo, muito utilizado na culinária



Um tema recorrente em todas as cidades argentinas em que estive, são as Malvinas. Todas as cidades tem uma praça em homenagem aos que lutaram ou um monumento de protesto. 

Para o argentino, as ilhas são argentinas, independente do que tenha acontecido no passado.








Este armazém é uma mistura de restaurante, padaria e museu, ótimo para um almoço
Ao redor da cidade, vários lagos podem ser visitados, como o Lago Escondido e o Lago Fagnano. No inverno há também várias estações de esqui e muitas atividades na neve.

O clima é frio e úmido, com temperaturas médias anuais em torno de 4°C. Pegamos uns dias de muito frio e vento, mesmo no verão. Os dias estendem-se das 5 da manhã até mais de 22 horas, ou seja, é possível aproveitar bastante a luz do sol no verão. No inverno é o oposto, o dia dura algumas horas apenas.

Hotel

Acomodações em Ushuaia são caras, ficamos numa hosteria, uma casa com 4 quartos com banheiros individuais e café da manhã e pagamos mais caro que o hotel super top de El Calafate!






Ficamos na Hosteria Valle Frío. Por não ser um hotel, até que o serviço e o quarto foram muito bons. Aquecimento e água quente (essencial nesse lugar), quarto arrumado e limpo diariamente com frigobar e TV e café da manhã básico. 

Área para café da manhã
O principal problema que encontrei foi não ter uma cortina black-out e a janela era tipo vitrô, só com vidro, ou seja, cinco da manhã o dia já estava entrando no quarto.

O quarto
Vejam a cortina fininha da janela
Mas, contra todos os possíveis problemas, olha a vista que tínhamos da janela do quarto!
A localização é muito boa, a alguns minutos da rua principal e tem um mercado próximo.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

El Calafate


Localizada na Província de Santa Cruz, sul da Argentina, El Calafate é uma cidadezinha as margens do Lago Argentino, rodeada por montanhas nevadas, a 1,5 horas de vôo de Buenos Aires. O nome El Calafate é originado de uma frutinha local, o calafate, usado para doces e geleias.

No verão, o dia amanhece por volta das 5 da manhã e só escurece depois das 22 horas. A temperatura, apesar de fria é agradável. No inverno os dias são curtos, o frio aumenta e pode nevar bastante. Os passeios podem variar dependendo da época do ano.


A paisagem da janela do hotel é linda, caminhando pela rua principal, a Av. del Libertador, você encontra mercados, restaurantes, cafés, agências de turismo e lojas de artesanato local.








E é isso, a espinha dorsal da cidade possui mais ou menos 2 km nessa avenida. El Calafate tem muitos bons restaurantes, a culinária básica é a carne de cordeiro, mas também há muitas pizzarias.





A cidade não tem casa de câmbio, então se prepare e troque a moeda no aeroporto em Buenos Aires. Caso se esqueça deste detalhe terá que enfrentar o péssimo câmbio que algumas lojas e restaurantes praticam.

El Calafate é a porta de entrada para alguns dos melhores destinos da região: os Glaciares Perito Moreno, Upsala e outros, o Bosque Petrificado, El Chaltén (caminhada ao monte Fitz Roy). Pra quem curtir, tem um bar de gelo que fica nos arredores da cidade; não fomos por falta de tempo, mas disseram que vale a pena.

Olha lá o Perito Moreno, homenageado num parque da cidade.


Há inúmeras agências de turismo que levam para esses lugares, mas somente uma, a Hielo y Aventura, tem autorização para levar turistas para caminhar no glaciar Perito Moreno. Se quiser ter o prazer de conhecer uma das mais belas paisagens da região bem de pertinho, fique atento e faça logo a reserva pelo site ou, logo que chegar à cidade.






El Calafate é uma cidade cara, os passeios e refeições saíram mais caros do que estávamos imaginando, então fique atento no planejamento da viagem.


O Hotel



Fizemos reserva pelo site Booking.com no Hotel Sierra Nevada. Localizado na Av. del Libertador, fica perto de tudo, de agências de turismo e mercado. Os quartos são excelentes, grandes, espaçosos, com banheira e aquecimento. O melhor de tudo é a paisagem que você tem das janelas, um sonho!




A sala de ginástica do hotel.
O hotel possui restaurante que funciona para almoço e jantar. O café da manhã é básico, mas de boa qualidade. Tem sala de ginástica e fornece bicicletas para passeios às margens do lago. O atendimento é ótimo, tanto recepção quanto restaurante, todos muito simpáticos e atenciosos.


Olha a vista!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Praia do Tombo - Guarujá


Fonte: http://www.bandeiraazul.org.br/praia-do-tombo-guarujasp/

Você sabe o que é o programa bandeira azul?

É um programa internacional cujo objetivo é conscientizar cidadão e poder público para a necessidade de proteção do ambiente praiano. Surgiu na Europa na década de 80 e no Brasil em 2004 e é renovado todo o ano.

Para obter a certificação, uma praia precisa cumprir uma série de exigências de acessibilidade, limpeza, infraestrutura e outras. No Brasil, segundo o site do programa, há 4 praias certificadas: uma no Rio de Janeiro, duas em Santa Catarina e uma em São Paulo.

Em São Paulo, a praia certificada é a Praia do Tombo no Guarujá.



O Guarujá é um município localizado na Baixada Santista com mais de 20 km de boas praias. A Praia do Tombo localiza-se entre as praias mais ao sul do município, com aproximadamente 900 m de faixa de areia, boa balneabilidade e para completar, desde o ano de 2010 vem recebendo a certificação bandeira azul, que foi renovada em dezembro/2015.


Se você está a fim de pegar uma praia próxima à capital de São Paulo, com a certeza de ter boa qualidade da água, boa infraestrutura e fácil acesso, a Praia do Tombo é uma ótima opção.



Fica a dica.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

El Calafate - Glaciar Perito Moreno

Perito Moreno - El Calafate

Devido a minha formação, conhecer lugares extremos no mundo sempre foi um sonho. O glaciar Perito Moreno é um desses lugares.

Perito Moreno - El Calafate

O Perito Moreno fica próximo à El Calafate, Patagônia Argentina e faz parte do Parque Nacional Los Glaciares, que integra os Campos de Gelo Patagônico. Foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1981. São mais de 40 grandes glaciares e inúmeros outros menores. O degelo deu origem aos imensos lagos da região, como o Argentino e o Viedma.

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate


Aproveitando meu lado geógrafa, o que é um glaciar?

É um campo de gelo com áreas definidas de acumulação e perda. A área de acumulação é onde a neve cai, se acumula e, com seu próprio peso, vai empurrando o gelo abaixo fazendo-o “caminhando” em direção a uma área mais baixa que é a de perda de gelo. Podem ser enormes ou pequenos, podem ser antigos como o Perito Moreno ou geologicamente mais recentes. Um glaciar é considerado estável quando o ganho e a perda do gelo se equivalem. Segundo os guias locais, o Perito Moreno encontra-se nessa condição. Há glaciares pelo mundo que estão avançando, ou seja, ganham mais massa que perdem e aqueles que estão em regressão, quando perdem mais massa do que ganham.

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate


O Perito Moreno tem por volta de 1000 metros em sua porção mais elevada e 60 metros no final. Possui área de aproximadamente 250 km2, 30 km de extensão e velocidade de 1,1 a 2 m por dia.









Nossa aventura no Perito Moreno começou nas passarelas que permitiam observar toda a área de avanço do glaciar. São várias trilhas bem definidas, algumas mais longas outras menos, que permitem que você tenha a experiência de ver toda a grandeza daquele blocão de gelo.

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Infelizmente, as pessoas falam muito então fica difícil ouvir o gelo, mas mesmo assim, ele fala alto e, de vez em quando, ouve-se um forte estrondo indicando que parte do gelo desprendeu-se do corpo principal. 

Mesmo os menores pedaços faz um barulho enorme. Imagino como deve ser incrível observar um grande pedaço se desprendendo, daqueles que forma até ondas na superfície do lago, mas isso não acontece com frequência, geralmente caem pedaços menores. É absurdo pensar que aquele pedaço de gelo que acabou de desprender-se tem por volta de 500 anos de idade.

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate
Veja os detalhes dos azuis na geleira...
Por duas horas e meia pudemos andar pelas passarelas e fazer um lanche no restaurante do parque. Comemos, obviamente, empanadas, as mais baratas da viagem (e uma das mais gostosas).

Perito Moreno - El Calafate





Subimos novamente num ônibus que nos levou para um píer, onde pegamos o barco até o pé do glaciar. Uns 20 minutos navegando no braço sul do Lago Argentino ao lado de icebergs e chegamos a um alojamento onde deixamos as mochilas.
Perito Moreno - El Calafate

Mais uma boa caminhada por passarelas e chegamos ao pé da geleira, onde colocamos os crampons. Para fazer essa caminhada no gelo, é necessário estar agasalhado, mas sem exagero, principalmente se for verão o frio não é um exagero; é necessário um calçado adequado, pode ser tênis ou botas impermeáveis se possível, onde serão amarrados os crampons e, muito importante, estar de luvas para proteção das mãos caso você caia, pois o gelo pode cortar, outro equipamento essencial são óculos de sol, porque o branco do gelo pode causar problemas aos olhos.

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Antes do início, algumas instruções dos guias (dois por grupo), como andar com aqueles grampos nos pés, o que não é muito fácil no começo.

Perito Moreno - El Calafate

Durante a caminhada passamos por subidas e descidas, por pequenas corredeiras de água gelada, por valetas profundas aonde vimos os diversos tons de azuis no gelo. Paramos em alguns pontos para explicações e fotos, claro, muitas fotos!

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Paramos também para pegar água gelada para beber. Mais fresca e limpa impossível.

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

No final, uma parada para tomar um drink com gelo da geleira (pra quem não bebe tem água). Neste momento dá uma tristezinha, porque você sabe que está acabando e que vai ter que ir embora daquele lugar lindo.

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

Como chegar lá?

A visita ao glaciar faz-se a partir da cidade de El Calafate. Há inúmeras agências que levam até o parque, onde você poderá ver toda a parte frontal da plataforma de gelo pelas passarelas, contudo, apenas uma tem autorização para levar turistas para caminhar sobre o glaciar: a Hielo y Aventura.

Ao chegar a El Calafate, se você ainda não fez sua reserva pelo site da agência para o mini-trekking, se possível vá fazer antes mesmo de ir ao hotel. São poucas vagas por dia e lota. Fomos fazer nossa reserva numa segunda-feira e só tinha vaga para a quinta-feira, nosso último dia em El Calafate (quase tive um treco pensando que poderia ter perdido essa oportunidade!).

Perito Moreno - El Calafate

Perito Moreno - El Calafate

A reserva dá direito a transporte, do hotel até o parque, a algumas horas para observação do glaciar por meio das passarelas, a um pequeno trecho de barco até o início do glaciar, grampões para colocar nos calçados e o trekking de mais ou menos uma hora e meia sobre o gelo.

São dois tipos de trekkings oferecidos pela empresa: o mini-trekking e o Big Ice, esse último mais longo e com grau de dificuldade maior. Ambos os trajetos tem limitação de idade: o primeiro de 10 a 65 anos e para o segundo de 18 a 50 anos, devido à dificuldade e exigências físicas em se caminhar no gelo e pelo uso de calçados especiais. Nós fizemos o mini-trekking, que já foi uma experiência mágica, a melhor de toda nossa viagem ao sul da Argentina. Ah, e nos meses de inverno essas caminhadas não são realizadas.


É barato? Não, de maneira nenhuma! Mas se você tiver dinheiro para apenas um passeio em El Calafate, escolha esse.